cultura arte e pesquisa

cultura arte e pesquisa

sábado, 25 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

OFICINA DESLOCO EM CORPO E IMAGENS

A oficina realizada entre os dias 23 de novembro e 02 de dezembro na Escola de Dança da Fundação Cultural de Estado da Bahia foi uma atividade gratuita, integrante do plano de ações de contrapartida deste projeto.

Ministrada por mim, Ana Pi, esta experiência foi uma oportunidade de troca, experimentação e diálogo entre a pesquisa realizada durante o desloco e o trabalho/investigações das 3 principais participantes da oficina, as artistas:

Cléia Alves [www.culturarteepesquisa.blogspot.com],
Líria Morays [http://multidaopoetica.files.wordpress.com/2010/04/liria.jpg]
Iara Sales [http://www.flickr.com/photos/iarasales/]

Nossos encontros [6 dias x 4 horas p/dia = 24 horas] foram dedicados ao entendimento experiencial do desloco, tanto em relação ao que foi aprendido durante à formação EX.E.R.CE 2009/10 quanto no que diz respeito às minhas próprias questões artísticas encontradas durante a realização deste projeto. Houve diversas conversas onde pudemos perceber o modo com que cada uma entende as palavras: corpo e imagem, também fizemos práticas básicas do método Feldenkrais, exercícios de dança e escrita livre, modos de olhar e derivar na cidade [Pelourinho], discussão/prática das possibilidades de uma câmera filmadora e investigamos criativamente várias facetas da palavra projeção.

Cléia Alves, artista amazonense, fez um trabalho super atencioso de documentação destes nossos encontros, que ao meu ver é um desloco em deslocamento, um desdobramento. A galeria de imagens pode ser conferida no endereço: http://picasaweb.google.com/cleia.alves98/OficinaDesloco# e suas impressões podem ser acompanhadas em seu blog pessoal citado acima.

Infelizmente a oficina, embora direcionada a 15 artistas, foi muito pouco procurada, o que vejo como uma necessidade de repensar o objetivo real dos planos de contrapartida e principalmente como estas ações são apoiadas pelo organismo financiador do projeto. Porém este fato fez com que nossas investigações pudessem ter um tempo muito mais atencioso e aprofundado, tanto em relação às pesquisas realizadas quanto nas relações profissionais estabelecidas durante este encontro, o que foi imensamente gratificante e enriquecedor.

Texto: Ana Pi em seu blog.
http://desloco.blogspot.com/2010/12/sobre-oficina-desloco-em-corpo-e.html

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

OFICINA DESLOCO



Este encontro foi permeado de exercícios do método feldenkrais, comédia musical, cinema, deriva, documentação, entre outras confluências artísticas potencializadoras desta discussão.
O objetivo desta oficina foi estudar os possíveis diálogos a partir das três questões que nortearam Ana Pi durante a residência artística "desloco em corpo e imagens", projeto realizado na formação EX.E.R.CE do Centre Chorégraphique National de Montpellier na França, sendo elas:
Quando a dança parte das imagens?
Quando as imagens cotidianas dançam?
Quando dança e imagem se entrelaçam?

A oficina foi realizada nos dias 23,24,25 de novembro e 1 e 2 de dezembro de 2010 na Escola de Dança da Fundação Cultural da Bahia, no Pelourinho,cidade de Salvado,Bahia/Brasil.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Oficina Desloco-dia 01/12/2010



Flores,vasos,plantas,florzinha= movimentos com as pernas
Ferro,corrimão,preto,grades = torções
Céu = movimentos livres
Quadrado = movimentos livres
Telhado = movimento livre

Sugestões para o processo criativo em vídeodança propôsto por Ana Pi.

OFICINA DESLOCO-Dia 01/12/2010



Desloco

Corpo,Som
Cadeira, Mesa
Vaso,Sapatos
Pernas,Braços
Notebook,Bicho
Caixa,Roupas
Livros,Tv
Cabeça,Malas
Meus pensamentos
Minha vida.

Texto e Foto Cléia Alves

terça-feira, 30 de novembro de 2010

OFICINA DESLOCO-Dia 30/11/2010

O Chão e meu Corpo

O chão duro, preto, quase limpo me fez perceber meu corpo, partes moles, partes doloridas, machucadas pelos erros de exercícios mal conduzidos durante minha vida de atividades com a dança.O quanto a técnica de Feldenkrais me dá um bem estar, o quanto me faz perceber minhas partes duras e moles,meus músculos, minhas articulações,as coisas boas que estão aqui comigo e o que eu posso fazer com elas.

Escrita proposta por Ana Pi após as experimentações de Feldenkrais e movimentações livres do corpo.

Texto e Fotos de Cléia Alves



sábado, 27 de novembro de 2010

OFICINA DESLOCO-Dia 25/11/2010

Ruas, pessoas, lugares,coisas, cores, sons.Tudo muito importante e meu corpo está preparado para isto.Andar na rua, ver as pessoas, ver as coisas, ver lugares que ainda não tinha percebido.A sensação foi muito boa, me causou um bem estar.
Que bom ser essa pessoa que me tornei agora, uma mulher que sabe o que quer, ou seja que sabe e gosta de fazer arte.
Os caminhos que Ana Pi nos propôs para a busca do olhar através da câmera foram muito interessantes.Todos os trajetos, os primeiros passos,os ensaios para saber como fazer a captura das imagens me foram muito proveitosos.
Os caminhos para a vídeodança e as suas muitas possibilidades, muito bom!

Texto e Fotos: Cléia Alves




Visualização

FICINA DESLOCO-Dia 24/11/2010

Recorte,relevo,reflexo/sombra/cor.

Meu corpo
Sinto o chão
Sinto o cheiro
Vejo as cores
Vejo as sombras
Ouço o som
Ouço meu ritmo
Tudo está aqui
Só preciso saber quando, onde e por que?

Texto e Fotos: Cléia Alves




OFICINA DESLOCO -Dia 23/11/2010

Meu Corpo

Sentir meu corpo, onde estou, o que sinto, o que vejo.
Sinto que cada vez me conheço mais.
Na sala,o cheiro, as texturas, o outro corpo. Tudo pode ser aproveitado e deve ser utilizado para o amadurecimento do olhar.
O movimento interno, meu coração, meus pulmões,meus orgãos, tudo tem um ritmo.Percebo minha respiração e minha pele que tudo sente.
Sinto que a dança acontece quando quero, no seu tempo, no seu ritmo.
O registro, a foto, o vídeo, tudo quero... mas deve esperar o momento certo? Não sei, vou fazendo.
As indicações, as experiências, o compartilhar do outro, muitas possibilidades, tudo reverbera em meus conhecimentos.
Que bom que isto esta acontecendo.Estou feliz,aqui,agora.

Texto: Cléia Alves após os exercícios de Feldenkrais e as propostas para a vídeodança de Ana Pi.

FOTO CLÉIA ALVES

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Performance Botar Aflição nas Pedras. from Cléia Alves on Vimeo.

OFICINA DESLOCO

A dança e a imagem apontam ao longo da história uma relação entrelaçada e geradora de distintos entendimentos. O objetivo desta oficina é estudar estes possíveis diálogos a partir das três questões que nortearam Ana Pi durante a residência artística "desloco em corpo e imagens", projeto realizado na formação EX.E.R.CE do Centre Chorégraphique National de Montpellier, sendo elas:


Quando a dança parte das imagens?
Quando as imagens cotidianas dançam?
Quando dança e imagem se entrelaçam?


Direcionada a um publico de 15 artistas, este encontro será permeado de exercícios do método feldenkrais, comédia musical, cinema, deriva, documentação, entre outras confluências artísticas potencializadoras desta discussão.

*atividade de contrapartida deste projeto.
Quando?
23, 24, 25 de novembro e
30, 01, 02 de dezembro,
das 14hs às 18hs.




Onde?
Escola de Dança da FUNCEB – Rua da Oração, nº1, Terreiro de Jesus, Pelourinho,Salvador-Bahia/Brasil


Informações? anazpi@gmail.com
Texto: Ana Pi.



Vídeo realizado como exercício por Cléia Alves dentro da Oficina Desloco nos dias 24 e 25 de novembro e 2010 na Sala multimídia da Escola de Dança Funceb.

domingo, 21 de novembro de 2010

OFICINA CORPO EXPANDIDO






Corpo Expandido: movimento e linguagem comunicacional audiovisual interativa.
Konic Thtr
Escola de Dança da FUNCEB - 03, 04 e 05/11 - 15:30h às 19h
A oficina propos um processo de formação e criação através de uma atividade teórico-prática combinando performance e tecnologia audiovisual interativa.
Para isso, foram analisados modelos de trabalhos de arte existentes, projetos e dispositivos produzidos pelo Konic Thtr de forma a compreender a importância
da linguagem tecnológica aplicada a criação contemporânea. A prática foi baseada no software Max/MSP/Jitter com sensores e câmara de vídeo.
A oficina fez parte da programação do III Seminário Internacional de Poéticas Tecnológicas sobre dança, teatro e performance.

Fotos Sarah Ferreira e Cléia Alves.

OFICINA KONIC THTR DE BARCELONA.

OFICINA KONIC THTR. from Cléia Alves on Vimeo.

Pedra Azul

Pedra Azul from Hugo Silva on Vimeo.

Manoel de Barros




1.
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:

a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.

2.
Desinventar objetos. O pente, por exemplo.
Dar ao pente funções de não pentear. Até que
ele fique à disposição de ser uma begônia. Ou
uma gravanha.

Usar algumas palavras que ainda não tenham
idioma.

3.
Repetir repetir – até ficar diferente.
Repetir é um dom do estilo.

4.
No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava
escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para
dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras.

5.
Formigas carregadeiras entram em casa de bunda.

6.
As coisas que não têm nome são mais pronunciadas
por crianças.

7.
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos –
O verbo tem que pegar delírio.

8.
Um girassol se apropriou de Deus: foi em
Van Gogh.

9.
Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz .

Hoje eu desenho o cheiro das árvores.

10.
Não tem altura o silêncio das pedras.

11.
Adoecer de nós a Natureza:
– Botar aflição nas pedras
(Como fez Rodin).

12.
Pegar no espaço contigüidades verbais é o
mesmo que pegar mosca no hospício para dar
banho nelas.
Essa é uma prática sem dor.
É como estar amanhecido a pássaros.

Qualquer defeito vegetal de um pássaro pode
modificar os seus gorjeios.

13.
As coisas não querem mais ser vistas por
pessoas razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul –
Que nem uma criança que você olha de ave.

14.
Poesia é voar fora da asa.

15.
Aos blocos semânticos dar equilíbrio. Onde o
abstrato entre, amarre com arame. Ao lado de
um primal deixe um termo erudito. Aplique na
aridez intumescências. Encoste um cago ao
sublime. E no solene um pênis sujo.

16.
Entra um chamejamento de luxúria em mim:
Ela há de se deitar sobre meu corpo em toda
a espessura de sua boca!
Agora estou varado de entremências.
(Sou pervertido pelas castidades? Santificado
pelas imundícias?)

Há certas frases que se iluminam pelo opaco.

17.
Em casa de caramujo até o sol encarde.

18.
As coisas da terra lhe davam gala.
Se batesse um azul no horizonte seu olho
entoasse.
Todos lhe ensinavam para inútil
Aves faziam bosta nos seus cabelos.

19.
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.

20.
Lembro um menino repetindo as tardes naquele
quintal.

21.
Ocupo muito de mim com o meu desconhecer.
Sou um sujeito letrado em dicionários.
Não tenho que 100 palavras.
Pelo menos uma vez por dia me vou no Morais
ou no Viterbo –
A fim de consertar a minha ignorãça,
mas só acrescenta.
Despesas para minha erudição tiro nos almanaques:
– Ser ou não ser, eis a questão.
Ou na porta dos cemitérios:
– Lembra que és pó e que ao pó tu voltarás.
Ou no verso das folhinhas:
– Conhece-te a ti mesmo.
Ou na boca do povinho:
– Coisa que não acaba no mundo é gente besta
e pau seco.
Etc.
Etc.
Etc.

Maior que o infinito é a encomenda.


Fonte: Moriconi, I. 2001. Os cem melhores poemas brasileiros do século. RJ, Objetiva. Poema originalmente publicado em 1993.
Pesquisa dos Estudos Afro-Brasileiros para a Aula de Dança Afro.
Professora: Tatiana Campêlo
Escola Didá.
Aluna Participante: Ana Cléia Neri Alves
Salvador 11 de Novembro de 2010.


A Importância das fontes de Pesquisa.
Sobre a pesquisa dos Orixás.


A pesquisa sobre os orixás Xangô, Iansã, Oxum e Obá foi escolhida por mim, pois lembrei que há um tempo tinha produzido um trabalho de dança afro-brasileira para o Festival da Canção de Itacoatiara, município do Amazonas, no ano de 1993.
Este foi um trabalho coreográfico idealizado por mim e pelo Mestre KK Bonates, mestre do grupo de capoeira Cativeiro do Amazonas.
Há um tempo tínhamos a idéia de produzir em parceria um trabalho que falasse da mitologia africana, então surgiu o convite para participar da programação deste evento.
A pesquisa durou uns dois meses antes de realmente começarmos a coreografar as cenas. Primeiro buscamos registros bibliográficos que falasse dos Orixás, depois de algumas pesquisas sobre as lendas, escolhemos a lenda de Xangô e suas esposas e nome ficou “Xangô e suas Iabás”, baseado na literatura africana, buscamos falar um pouco da relação amorosa destas entidades.
Durante o processo de montagem buscamos investigar também em vídeos, revistas e até novelas que na época passavam na TV, também buscamos relatos de freqüentadores de candomblé bem como os filhos de santo, mas não era fácil conseguir as informações, pois os entrevistados eram receosos em falar a respeito. Nossa intenção era saber como era a dança destes orixás para que a nossa movimentação não fugisse do que eles representavam.
Procuramos também percussionistas para enriquecer o trabalho com som ao vivo. Queríamos músicos que entendessem do trabalho e para nossa sorte conhecemos um ogã que foi muito proveitoso, porque este rapaz forneceu detalhes para completar a nossa movimentação.
Definido o elenco partimos para dividir as cenas, mas para nossa surpresa o bailarino que estava não pode mais participar devido aos seus outros compromissos de trabalho, ficamos com o elenco desfalcado e logo procuramos um substituto. O tempo tava passando e o não conseguíamos um rapaz então conversamos e resolvemos que eu faria o papel de Xangô, não era o que nós tínhamos planejado, mas o trabalho seguiu em frente. Nesta época em Manaus a dança afro não era muito procurada e o preconceito era mais forte em relação a essas danças.
Falei tudo isso porque me lembro das dificuldades de pesquisar material bibliográfico, vídeos, músicas e um pouco da resistência e do preconceito em relação às danças de matrizes negras durante todo o processo de trabalho.
Este trabalho foi muito rico apesar da falta de material e hoje pesquisando novamente sobre este tema vejo o quanto está mais acessível às fontes. Hoje temos a facilidade da internet e as variadas fontes como livros digitais, vídeos em youtube, artigos, revistas eletrônicas, dissertações e teses. Também podemos encontrar nas bibliotecas material impressos como livros, revista e periódicos com o tema a respeito das danças afro e a cultura brasileira como um todo.
Há uma variada fonte para os estudos das danças de matrizes negras para aquele que se interessa em aprofundar conhecimentos. No entanto ainda é preciso que mais professores, pesquisadores, profissionais e alunos produzam mais materiais seja eles impressos ou eletrônicos porque a pesquisa e a sua produção nunca parará,ela é uma roda que não para de girar porque pesquisamos para poder escrever e expor nossas idéias que posteriormente irá servir para mais outros e assim a cultura é passada e o ciclo e a roda segue sempre.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pesquisa Cultura Afro-Brasileira para a Aula de Dança Afro.


Orixá Iansã.

Orixá Obá

Orixá Oxum

Orixá Xangô



Pesquisa Cultura Afro-Brasileira para a Aula de Dança Afro.
Professora: Tatiana Campêlo
Escola Didá.
Aluna Participante: Ana Cléia Neri Alves
Salvador 11 de Novembro de 2010.

OS ORIXÁS.
De acordo com a autora Buonfiglio (2004) existem várias definições a respeito dos Orixás. Segundo esta autora os Orixás são divindades que tem seu significado como: ori= cabeça e xá =força e são divindades entre Deus (Olorum) e o mundo terrestre. Em Passos (2008) quando se traduz este termo em Yorubá quer dizer “cabaça-cabeça, pois para os africanos a cabaça é o lugar onde se guarda,todas as substâncias sólidas, liquidas ou vegetais, com isso nasceu à compreensão do ori humano, a cabeça, onde seria o reservatório de toda a energia cosmológica que configura as deidades ou divindades chamadas orixás.
Os orixás representam a natureza nos elementos terra, água, fogo e ar. São caprichosas e amam, beneficiam ou curam de acordo com a natureza. Tem cores, danças, comidas e animais. Suas histórias falam de seres profundamente humanos. Alguns historiadores falam que os orixás existem na terra e esta teoria é defendida quando acontece a incorporação nos terreiros de candomblé.
Ninguém sabe ao certo quantos orixás existem, mas sabe-se que existem muitos partindo do princípio de que eles são tudo o que é vivo na natureza.
Para esta pesquisa foram escolhidos os Orixás Xangô, Iansã, Oxum e Obá.
O Orixá Xangô:
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são os raios e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. É tido como um Orixá poderoso das religiões afro-brasileiras.(BRANDI,2000).

Segundo Amaral e Silva (1992) Xangô é o Deus do fogo e do trovão trazido pelo Orixá Oxumaré.
Buonfiglio(2004) relata que Xangô é um Orixá viril, atrevido e extremamente justiceiro tem como sua mãe o Orixá Iemanjá e três esposas: Oxum,Iansã e Obá.A sua dança é o Alujá, a roda de Xangô. Conforme Amaral e Silva (1992) os seus toques no atabaque falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá. Em sua dança quando o ritmo acelera faz movimentos e gestos de atirar pedras-do-raio imaginárias, tiradas do labá, uma bolsa decorada que ele leva a tiracolo. Xangô dança brandindo seu machado, sua ferramenta chamada de Oxê,que significaca machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal.
Xangô representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paxão, a inteligência e as riquezas.
O Orixá Iansã
Buonfiglio(2004),Iansã também conhecida como Oyá tem seu nome por causa do Rio Oyá,nome original em Nagô.Deusa dos raios e dos trovões é a primeira entidade feminina a surgi nas cerimônias.De temperamento ardente é impetuosa e justiceira.De acordo com vários autores conta a lenda que durante o dia esse orixá se transforma em um búfalo portanto tem a natureza animal.
Considerada a primeira esposa de Xangô conta uma lenda que Xangô enviou-a a uma missão ao País da Bariba, a fim de trazer-lhe um preparo que, uma vez ingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz.Oyá, desobedecendo as instruções do esposo experimentou esse preparo no caminho de volta a Oyó, tornando-se também capaz de cuspir fogo, o que provocou grande desgosto em Xangô que desejava guardar só para si, este terrível segredo.
Para Iansã, divindade dos raios e dos ventos, toca-se o agó, ilu, ou
aguerê de Iansã, termos que designan um mesmo ritmo que, de tão rápido,
repicado e dobrado, também é conhecido como "quebra-prato". é o mais rápido
ritmo do candomblé, correspondendo à personalidade agitada, contagiante e
sensual desta deusa guerreira, senhora dos ventos e que tem poder de afastar os
espíritos dos mortos (Amaral e Silva,1992).

De acordo com Barbará (1995) A dança de Iansã acontece com movimentos pequenos e rápidos, seus braços se movimentam para cima e para frente afastando tudo que vê pela frente,com esta movimentação gira seu corpo,pois simboliza o ar em movimento,os furacões e as tempestades.

Segundo Passos (2008) Oyá é o orixá do vermelho-marrom que simboliza a intensidade de sua paixão. De acordo aos seus mais conhecidos mitos, Oyá é pura paixão.

O Orixá Oxum

Gonçalves (2009) relata que Oxum é o Orixá considerada dona do ouro e habita as águas doces, é a filha predileta de Oxalá e a esposa desejeda de Xangô. Tem o poder da fertilidade e o ocultismo.
De acordo com as lendas, os Orixás se reuniam na terra para deliberarem suas
ações e as mulheres não podiam participar das reuniões.Portanto, Oxum tornou todas as outras
mulheres estéreis e impediu que as atividades planejadas pelos orixás chegassem a um resultado
satisfatório. Quando os orixás foram se queixar com Olodumare, ele questionou sobre a não
participação de Oxum nas reuniões. Segundo Olodumare, todas as atividades não poderiam dar certo
sem a presença da fertilidade de Oxum. Quando os orixás convidaram Oxum para participar dos seus
empreendimentos, todas as atividades foram realizadas com sucesso e as mulheres voltaram a ser
férteis. ( Gonçalves,2009,p.3).

A dança de Oxum

Para Oxum é tocado o ritmo do Ijexá. É um ritmo calmo, com balanceado que envolve e seduz assim como a personalidade de Oxum que representa as águas doces dos rios.Seus movimentos representam a vaidade ao olhar-se no espelho que carrega na mão e hora se movimenta banhando-se nas águas.Também requebra os quadris de forma sensual e graciosa, abana-se com o leque que carrega e balança suas pulseiras.Simula trejeitos faceiros de mulher sensual e languida que sabe que esta sendo observada, no entanto finge não estar vendo seu admirador.

Os mitos sobre ela falam tanto de beleza, riqueza e sensualidade quanto de sua incomparável inteligência e senso de humor.

O Orixá Obá

Segundo Buonfiglio(2004) Obá está associada a água doce como Oxum,mas está relacionada as águas mais revoltas.Como deusa guerreira assim como Iansã e Oxum foi também esposa de Xangô.De acordo com a lenda: Obá desejava ter Xangô mais perto de si e foi procurar Oxum para que ela pudesse lhe ajudar.Oxum mentiu para Obá dizendo que tinha cortado as orelhas e feito um ensopado pra enfeitiçar Xangô.Obá fez a mesma coisa,mas Xangô vendo as suas orelhas no prato ficou furioso com Obá expulsando-a de casa.

A dança de Obá

Nas cerimônias sua dança apresenta-se de forma marcial parecida com a do Orixá Ogum, empunhando uma espada de cobre enquanto leva na outra mão um escudo com o qual esconde a orelha que fora cortada por ela mesma.

É o Orixá que domina a paixão de forma doentia e obsessiva.


Referências Bibliográficas

BUONFIGLIO,MONICA. Orixás anjos da natureza: Um estudo sobre os deuses do candomblé.São Paulo:Ed. Monica Buonfiglio,2004.

PASSOS,MARLON MARCOS VIEIRA.Maria Bethânia: os mitos de um orixá nos ritos de uma estrela.2008,158 f. (dissertação de mestrado).Universidade Federal da Bahia,Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.

GONÇALVES, KARY JEAN FALCÃO. Oxum mãe da beleza: O poder da divindade de maior popularidade do Panteão Afro-Brasileiro.Saber Científico. Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2 (1): 1-14,jan./jun. 2009.

BARBARÁ, ROSAMARIA SUSSANA. A dança do vento. Disponível em http://www.caribenet.info/oltre_barbara_dan%C3%A7a_sagrada_vento.asp?l.Acesso em 11/10/2010.

ORIXÁS. Disponível em http://casadesaolazaro.blogspot.com/2010_03_01_archive.html .Acesso em 10/11/2010 às 15horas.

XANGÔ. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Xang%C3%B4.Acesso em 10/11/2010,às 17 e 35hs.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ENCERRAMENTO WOKSHOP CONTATO SUTIL




Encerramento do Worskhop Contato Sutil no Cabana da Barra,com a participação dos grupos do Programa de Acolhimento Especial e grupos convidados.Realizado no dia 16 de novembro de 2010 em Salvador-Bahia/Brasil.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

WORKSHOP CONTATO SUTIL

Workshop Contato Sutil, processso criativo em dança e arteterapia - toda as terça-feira das 14h as 17h,nos meses de agosto,setembro,outubro e novembro. Parceria com a Marinha.Atividades realizadas no dia 09 de novembro de 2010.
Coordenação artística Edu Oliveira, monitoria Diane Portela e Cléia Alves


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SOBRE O ESPETÁCULO “ODETE, TRAGA MEUS MORTOS”.


“Odete, traga meus mortos” foi por mim assistido no espaço Xisto Bahia no mês de setembro de 2010, como parte da programação do I Encontro de Dança Inclusiva, O Que é Isto?
É um espetáculo de dança-teatro, que tem em seu elenco Edu O. e Lucas Valentim que assumem em parceria a coreografia e trata da relação das ausências de pessoas, lugares, situações e objetos.
O espetáculo foi inspirado por ocasião de uma viagem para França em que Edu tem uma experiência em uma família tradicional, onde na hora do café uma senhora pede para a empregada trazer um jornal dizendo: “Odete, traga meus mortos”.
“Odete” começa num clima de comemoração, logo na entrada nos deparamos com uma mesa posta com xícaras, copos, chás e biscoitos onde o público é convidado para se sentar como se fossem convidados para uma reunião entre amigos. O público sentado observa a atuação dos atores-dançarinos que pegam, cada um, um par de botas de borracha e em seguida colocam nas mãos calçando-as. As botas atuam como se as mãos fossem os pés dos interpretes que em momentos variados se locomovem pelo palco.Edu O. explora as particularidades de seu corpo (cadeirante) e leva Lucas Valentim a segui-lo pelo palco da mesma forma, se locomovendo e dançando ora sozinho ora com o personagem de Lucas.Edu propõem possibilidades poéticas de dança com as botas juntamente com Lucas,deixando a cadeira em segundo plano para a sua movimentação.Edu não só propõem estas possibilidades com o seu corpo, mas um olhar e um pensar sem preconceitos para a atuação do artista com deficiência.
Com uma temática que aborda os ritos de passagens, as ausências, o parti e a presença, os personagens de Edu e Lucas baseiam-se na técnica de improvisação e da técnica de clown, também o cenário favorece um clima nostálgico e poético onde acontecem leituras e relatos em cartas dialogando com a literatura.
As linhas de trabalho utilizada no espetáculo possibilitam um intérprete-criador e improvisador, que em certos momentos do espetáculo atuam em cenas que interagem com a platéia, convidando-os para sentar a mesa, tomar chá e comer os biscoitos e em dado momento pergunta para os convidado sobre alguma história que gostariam de contar,deixando-os bem a vontade para ficar ou sair da mesa enquanto atuam.
Odete, traga meus mortos é um espetáculo que faz refletir e pensar em todos os acontecimentos da vida, da memória corporal, as sensações, as percepções e as experiências que ficam gravadas em nós. De tudo que está ao nosso redor e da eterna busca de suprir as ausências, sejam elas de coisas, lugares e pessoas. De como o outro interfere nas nossas atitudes, pensamentos e quereres.



Ana Cléia Neri Alves
Aluna da Disciplina Questões de Artes Cênicas enquanto fenômeno da Estética, impactos e receptividade– Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas-UFBa.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Entre a Arte e a Docência: A Formação do Artista da Dança

De Márcia Maria Strazzacappa -Campinas,São Paulo: Papirus, 2006

Resenha


Este livro aborda um dos pontos muito discutido atualmente sobre a condição do dançarino hoje no Brasil: Viver da arte ou da docência?
A autora divide o livro em duas partes. A primeira, “A dança e a formação do artista” é composta por uma seleção de artigos de Márcia Strazzacappa, publicados em revistas científicas e anais de congressos. Nesta primeira parte a autora subdivide em cinco capítulos e discute questões básicas e polêmicas da dança desde os cursos livres até a Universidade e lança no início do livro uma pergunta: Mas para que serve um curso de dança?Para que fazer um curso superior em dança? E propõem uma ampla discussão que analisa a maneira como a dança está (ou não) inserida na educação formal de crianças e adolescentes em escolas públicas e particulares. Expõem alguns projetos realizados nas escolas da região de Campinas e constata que as aulas de dança em algumas escolas são ministradas por adolescentes ainda em formação. Aponta para a importância de projetos que envolva o ensino da dança e a incorporação da mesma na grade curricular assim como a urgência da arte como atividade curricular escolar e a contratação de profissionais especializados. Questões básicas mais ainda polêmicas são abordadas como a utilização do uniforme e a não exigência dos mesmos para as aulas de dança nas escolas em que desenvolveu projetos de dança. As vantagens e desvantagens do uso do uniforme esbarrando com o preconceito dos patrocinadores, alegando que os uniformes deveriam seguir o padrão estabelecido por eles, a roupa de ballet clássico, dizendo que “as outras danças não são danças de verdade” como fala a autora, comprometendo o ensino de outras danças, assim com a dança moderna, ensinada também no projeto em que a autora participava. Um sub-tópico também abordado é a educação estética dos pais e filhos. A importância da formação de platéia através dos pais dos alunos.
No capítulo três aborda questões muito pertinentes sobre a formação do artista e do professor de arte no Brasil. O tempo e a formação para um artista diferenciado para o tempo de formação para o professor e este para o mestre. Fala que a universidade não pode ser vista como o único espaço de arte e que não basta a presença da arte ao lado da ciência para que se possa garantir a formação do cidadão. A formação em arte acontece num tempo diferenciado do tempo de uma universidade.
Ainda na primeira parte no capítulo quatro a autora fala sobre a preparação do corpo do artista cênico e as técnicas somáticas que são escolhidas pelo artista cênico para a sua melhor desempenho e base teórica como filosofia de pensar o corpo. Segue no capítulo cinco falando da importância de Congressos, Encontros e Festivais na construção do conhecimento em dança e do resultado positivo da 9a DACI (Dance and Child International) realizada no Brasil em 2003. Dos avanços na retirada do projeto de lei 2.939/00 que visava incluir na lei 9.696/98 os graduados em dança e estes estariam submetidos ao CONFEF (Conselho Federal de Educação Física).
Na segunda parte, ”A dança e a Educação do Cidadão Sensível”, questões sobre quais profissionais estão ministrando aulas de dança nas escolas são levantadas. Profissionais com formação em outras disciplinas e a dança como disciplina na educação física, a importância da especificidade e do aprofundamento dos conteúdos próprios para o ensino da dança nas escolas e a qualificação de mais professores e o rumo para os já qualificados e o reconhecimento desses profissionais.
Em todo o livro fica clara a preocupação da autora na urgência da mudança do pensamento arcaico sobre o ensino das artes nas escolas para crianças e adolescentes. Um pensamento de ensino das artes como um simples adorno na educação. A arte ainda trabalhada com atividade lúdica, sem um direcionamento didático- pedagógico. Se o lúdico fosse trabalhado e desenvolvido para o sentimento da arte, a criança teria um amplo crescimento. Read (2001) fala que a partir do sentimento, o lúdico pode ser desenvolvido, por meio da personificação e da objetivação, em Drama, a partir do aspecto da sensação, o lúdico pode ser desenvolvido por meio da auto-expressão, em forma visual ou plástica. Do aspecto da intuição, o lúdico pode ser desenvolvido, por meio das atividades construtivas, em Dança e Música. Do aspecto do pensamento, o lúdico pode ser desenvolvido, por meio das atividades construtivas, em Artesanato. Esses quatros aspectos do desenvolvimento, o drama, a forma, a dança (incluindo a música) e o artesanato eles formam a unidade de personalidade de desenvolvimento harmônico. Dessa forma a criança teria contato com esses aspectos para mais tarde ela fazer sua escolha vocacional. A arte tem o poder da sensibilização, da compreensão do mundo de forma mais flexível, mais poética, mais significativa de acordo com Strazzacappa.
A dança ainda é muitas vezes desenvolvida nas escolas somente para comemorar eventos do calendário escolar, a dança ensinada sistematicamente e com o propósito da percepção corporal e expressão artística não chega a ser desenvolvida plenamente, muitas vezes sendo orientada por professores com formação em outras áreas.
De acordo com Marques (1999) é preciso que a sociedade tenha mais compreensão da importância da dança na educação formal. Strazzacappa e Marques nos situam que muitos avanços já foram realizados no ensino da dança, mas ainda falta muito para que o profissional qualificado em dança, aquele que estudou na universidade, que é artista, que precisa ser reconhecido pelo seu fazer e pensar artístico seja valorizado e integrado nas escolas, podendo viver dignamente da arte e da docência.
As concepções teóricas apresentam-se correlacionadas às concepções artísticas que, por sua vez, fazem parte do conjunto artístico-crítico-argumentativo da autora. Tendo como base a LDB (Parâmetros Curriculares Nacionais), a relação mestre discípulo na formação do artista ( Dominique Dupuy, Ana angélica Albano e Larry Tremblay), as técnicas de educação somáticas para a formação do artista cênico ( Patrice Pavis, Strazzacappa Hernándes, Eugenio Barba, Jean-Marie Pradier, Marcel Mauss, Laurence Louppe, Gerald Thomas), as técnicas de educação somáticas ( F. Mathias Alexander, Gerda Alexander, Bartenief, Mabel Todd, lulu Sweigard, Irene Dowd, Klauss Vianna, José Antonio lima) o Body-Mind Centering de Baindbrigde-Cohen. O ensino de dança nas escolas (Rudolf Laban, Isabel Marques, Carla Freitas Morandi, Marta Thiago Scarpato, Lisete Arnizant Vargas), a dança no ensino de arte (Michel Foucault, Maribel Portinari).

Esta obra conduz o leitor para a reflexão do ensino da dança, sobre o pensar, falar e fazer dança. É destinada para professores, artistas, estudantes e pesquisadores e outros que muito se interessam pela educação através da arte.

Márcia Maria Strazzacappa Hernández - Atriz, bailarina e pesquisadora, é graduada em pedagogia e em dança, mestre em educação(Unicamp) e doutora em Artes-estudos teatrais e coreográficos (Universidade de Paris/França). É professora da faculdade de educação e professora convidada do Instituto de artes, ambos da Unicamp, ministrando cursos nas graduações de dança, Teatro e pedagogia e na Pós-Graduação em Educação.
Atualmente é coordenadora do Laborarte – grupo de pesquisa sobre educação, Corpo e arte. É membro da diretoria do Fórum Nacional de dança. Pesquisa sobre educação estética, técnicas corporais (dança e teatro) e educação somática. Já participou de várias coletâneas, entre elas, O ensino das artes ( Papirus, 3a Ed., 2004), com os capítulos “ Dançando na chuva... e no chão de cimento” e “Teatro na educação: Reinventando mundos”, este último em co-autoria com Tiche Vianna

Cléia Alves

Professora de dança, bailarina, coreógrafa, produtora cultural. Atualmente é aluna da disciplina Questões de Artes Cênicas enquanto fenômenos da estética, impactos e receptividade do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A RODA

Por KK Bonates

Não é nada não é nada, é a roda!
Se o movimento é vazio?
Bom, de vazio Deus fez esse mundo todo.
Não é nada o vazio?
O vazio da roda é feito de traços.
E a criatura só existe quando deixa a marca, o traço
.

Para mim o traço, o vazio, a roda é o tudo e o nada.
É que eu gosto de giras,de esferas, de círculos
Sabe por que?

A roda não tem começo nem fim
Foi nela que aprendi a falar com o meu corpo
Começo e fim é tudo a mesma coisa
Nela o corpo é meu nem parece que corre sangue
Corre é mel!

Sabe moço, eu jogo capoeira é por cerimônia, por destino
É minha sina, é minha sorte, é minha vida, é minha morte
E morrendo não quero ir pra lugar nenhum
Nem pro céu nem pro inferno.

Me bote apenas dentro da roda.
De volta pro meu mundo
Onde o começo encontra o fim,
Onde só existe o vazio
Que é preenchido pelo meu corpo.



40 Anos de Capoeira do Mestre KK Bonates



Luiz Carlos de Matos Bonates mais conhecido popularmente como Mestre KK Bonates teve suas primeiras referências de capoeira na sua infância nos anos 60 na cidade de Manaus.
Histórias contadas por seu pai Aldemar Bonates sobre a coragem, valentia e destreza de seu irmão mais velho, o capoeira e militante comunista Alídio Smile dos Santos Bonates com a alcunha de Bob Stélio e outras histórias sobre brigas com navalhas de marinheiros capoeira que visitavam o cais de Manaus sempre estiveram presentes na vida do mestre.
Na década de 70 o Mestre KK ouve pela primeira vez o canto do Mestre Caiçara na rádio difusora do Amazonas,pelo "Programa Mobral".
Aos dez anos de idade compra na livraria Lira o livro "Capoeira sem Mestre" de Lamartine Pereira da Costa e passa a treinar sistemáticamente.
Em 1973 conhece o Mestre Gato e em fevereiro de 1974 inicia seus treinamentos com o mesmo.Em 78 se gradua professor com o Mestre Gato e depois passa a ser seu contra-mestre.
No ano de 1983 começa a treinar com Cecílio de Jesus Calheiros(Mestre Vermelho Boxeur da Bahia).Para KK em relato, o mestre Vermelho não foi só mestre mais sim,um grande amigo e irmão que a capoeira lhe proporcionou.
Em 1987 realizou treinamento com mestre Miguel Machado( Miguel Preto)e no ano de 1992entra para o grupo Cativeiro e em 1994 se torna seu auxiliar direto ( contra-mestre) e em 1996, em São Paulo, tendo como padrinho o Mestre João Pequeno de Pastinha,gradua-se mestre de capoeira.

Relato de Mestre KK para seu aniversário de 40 anos:

Ao longo destes 40 anos a capoeira me proporcionou inúmeras experiências boas e ruins.As boas, me dão alento e me recompensam da batalha do dia-a-dia e me fazem ver que a vida é para ser vivida com humor e respeito.Que vale a pena a amizade e a honestidade para consigo mesmo e para com os outros.As ruins, me mantem em constante alerta contra a maldade, a inveja e o despeito das pessoas imaturas que não se contentam em ver a felicidade alheia.
Conheço 12 países, todas as capitais brasileiras e milhares de pessoas, tudo por causa desta "brincadeira" que é na verdade, uma grande escola de vida.
Se perguntarem se começaria tudo de novo, responderia que sim.
Aos mais novos, principalmente as crianças e adolescentes, digo que é perfeitamente conciliável o estudo e o treinamento cotidiano da capoeira, basta ser disciplinado- me considero um exemplo disto.Aos adultos, principalmente para as esposas dos capoeiras, digo que a capoeira nunca foi empecilho para a família e o emprego-basta o capoeirista ter o bom senso e equilibrar o tempo para as duas coisas.
Espero que o bom Deus e os Orixás me permitam que cada dia eu me torne um pouco melhor e que eu tenha força para continuar o dia-a-dia na capoeira- essa inigmática força que me alimenta.
Deixo aqui o meu sincero agradecimento a todas as pessoas que direta ou indiretamente, ao longo destes 40 anos, me ajudaram a ser o capoeirista que sou.
Aqueles que de uma forma ou de outra eu decepcionei, minhas sinceras desculpas.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SOBRE A VISITA AO MUSEU RODIN BAHIA NO DIA 01 DE OUTUBRO DE 2010.


O Museu Rodin situado no Palacete das Artes em Salvador nos remete a um lugar de pura inspiração artística e poética.
Ao visitar a casa de Rodin em Paris, pude observar que o para a elaboração de sua exposição em Salvador houve uma preocupação para que os visitantes pudessem sentir ,assim como eu, a mesma atmosfera poética e inspiradora em Paris.
Minha segunda visita ao local foi estimulada pelos colegas e professores da disciplina Questões de Artes Cênicas, pois a visita foi uma aula da disciplina da qual não pude participar com os colegas e professores.
Ao chegar ao local tentei buscar meu olhar para coisas que na minha primeira visita não pude perceber. Observei mais detalhadamente os espaços em que as esculturas eram expostas, os cantos, os corredores, as caixas de acrílico, a iluminação, os bancos e tudo que pudesse valorizar e contemplar a obra através do espaço,tentando com isso encontrar mais detalhes para estimular o meu pensar e fazer artístico. Atentei para as observações relatadas pelos colegas na sala de aula e os professores Lucia Lobato e Sarja, sobre as obras: O Homem que Anda e Mulheres Condenadas, onde falavam da filosofia, da poética, do movimento e do processo inacabado das obras de Rodin.
Percebi que Rodin fazia um estudo de cada obra. Ele procurava explorá-las de várias formas e ângulos. Uma escultura de um corpo que era elaborada de frente, ele fazia ela de lado, de costa, com uma cabeça diferente, com uma parte de outra pessoa.
O que me chama a atenção nas esculturas de Rodin é esta exploração de uma peça inacabada e eu como uma artista que busca estar sempre experimentando, procuro fazer de minhas pesquisas em vídeo arte e vídeodança um estudo inacabado, onde através de uma imagem gravada em vídeo ou uma fotografia, experimentando variadas formas, crio e proponho um olhar diferenciado para a mesma imagem.
Acredito que o papel do artista seja o de estar em sintonia e em harmonia com a natureza e com o que esta acontecendo a sua volta, utilizando este olhar mais detalhista para o seu fazer artístico
A visita ao museu e os trabalhos que fiz anteriores a visita e que me estimularam para compor e criar estudos em vídeo, dança e fotografia ainda reverberam no meu pensar filosófico da vida e principalmente artístico. Isto só afirma o quanto é importante procurar observar nas coisas que parecem ser tão simples como o que talvez levou Rodin a observar O homem que anda e através disso criar um obra fantástica e que através do tempos ainda nos leva a um mundo de possibilidades artísticas e poéticas.


Cléia Alves
Estudante da disciplina Questões das Artes Cência -PPGAC-UFBA

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

FOTOS DO I ENCONTRO DE DANÇA INCLUSIVA,O QUE É ISSO?



Grupo Gira Dança-RN.Descanso da Loucura.Foto Cléia Alves



Liria Morais.Foto Cléia Alves




Oficina do Grupo Gira Dança-RN.Foto Edu Oliveira.



Cirandões.Debates,performances artísticas,interações.Foto Cléia Alves




Grupo His Contemporâneo de Dança.Estudo pra carne,água e osso.Foto Cléia Alves




Apresentação do Grupo Pulsar-RJ.Indefinidamente Indisível.Foto cléia Alves



Oficina do Grupo X de Improvisação.Foto Cléia Alves



Debates e Palestras no Encontro.Na foto Edu Oliveira falando.Foto Cléia Alves.

I ENCONTRO DE DANÇA INCLUSIVA, O QUE É ISSO?

Reunião de artistas com e sem deficiência, pesquisadores em dança, profissionais na área de comunicação, educação, psicologia e produção para promover um debate interdisciplinar sobre a participação efetiva das pessoas com deficiência no processo de inclusão social tão divulgada e difundida nos últimos tempos, sobretudo no campo artístico da dança.Aconteceu no Espaço Xisto Bahia nos dia 08,09,10,11 e 12 de agosto de 2010 na cidade de Salvador-Bahia.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pesquisas em Educação

Do Livro Superando o Racismo na EscolaTexto original:
A Borboleta

De manhã bem cedo
Uma borboleta
Saiu do casulo
Era parda e preta

Foi beber no açude
Viu-se dentro da água
E se achou tão feia
Que morreu de mágoa.

Ela não sabia
- boba! - que Deus
deu para cada bicho
a cor que escolheu

Um anjo a levou
Deus ralhou com ela,
Mas deu roupa nova
Azul e amarela.
(Odilo Costa Filho),In:Cegalla,1980,p.12)

O texto corrigido ficou assim:

Foi beber no açude
Viu-se dentro da água
Sentiu-se ônix, e ébano,
Azeviche e jabuticaba.


Aí entendeu,
Tão linda que era,
por que as crianças,
queriam pegá-la,
pra bincar com ela.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

VÍDEO DE ABERTURA DA MOSTRA DE CULTURA POPULAR DO AMAZONAS.





A Mostra de Cultura Popular do Amazonas foi um sucesso.Todos os dias o público com mais de 1.000 pessoas lotaram o Largo do Mestre Chico.A programação foi linda e o resultado foi a participação da Mostra no calendário de eventos de cultura do estado do Amazonas.Queremos agradecer a todos que participaram direta e indiretamente na realização deste maravilhoso e importantíssimo evento.Ano que vem tem mais!

sábado, 14 de agosto de 2010

MOSTRA DE CULTURA POPULAR DO AMAZONAS

Tal como a floresta amazônica, a nossa cultura regional não é homogênea. Existem expressões de cultura popular no Amazonas que são manifestadas por pequenos grupos em comunidades rurais e urbanas. Essas manifestações não têm como ponto principal o espetáculo e sim, o de traduzir sentimentos pessoais e coletivos de identidade, de pertencimento e de formas de vivenciar o mundo. A Mostra de Cultura Popular do Amazonas objetiva reunir algumas destas expressões no intuito de lhes dar uma maior visibilidade e uma maior participação no movimento artístico e cultural. A Mostra é uma realização do Fórum de Cultura Popular do Amazonas com apoio da Secretaria de Estado de Cultura.

* A Programação é GRATUITA.
* O Largo Mestre Chico fica situado na terceira ponte da av. 7 de setembro (conhecida também como Bejamim Constant ou Ponte de Ferro da 7 de setembro) no centro de Manaus.
* O Ideal Clube (Teatro Gebes Medeiros) - av. Eduardo Eduardo Ribeiro (Praça do Congresso) entre as ruas 10 de Julho e Monsenhor Coutinho em frente dos bares Safari e Castelinho. É um prédio antigo de dois andares, verde e branco.

DIA 19/08 – QUINTA-FEIRA
Coletiva para a imprensa com o Secretário de Cultura Robério Braga e grupos culturais participantes.
Local: Adro frontal do Teatro Amazonas as 10:30 hs

DIA 21.08 – SÁBADO
ENCONTRO DOS MESTRES
09:00hs –– Ideal Clube (Teatro Gebes Medeiros)

OFICINAS ( Local – Ideal Clube)
14:00 as 15:30hs – Gambá com o Grupo Pingo de Luz de Maués/AM


APRESENTAÇÕES, PERFORMANCES E INTERVENÇÕES (Local – Largo Mestre Chico)
15:30 – Intervenção urbana com Grafiteiros
16:30 – Performances circenses e teatrais (Associação de Circo do Amazonas, Grupo de Teatro de Rua e Fantoches com grupo Tambarola, Malabares de rua)
17:00 hs – Cortejo Festivo de Abertura com o Frevo Galo da Madrugada
18:00 hs – Grupo de Rap Rimologia Manauara
18:30 hs – Grupo de Lundu Quilombolas de Barreirinha/AM
19:00 hs – Grupo de Tambor de Crioula – Punga Baré
19:30 hs – Capoeira Regional – Assoc. Amazonense de Capoeira Tradicional
20:00 hs – Grupo de Gambá Pingo de Luz – Maués/AM
20:30 hs – Grupo Musical Tikuna
20:30 hs – Grupo Escada Sem Degraus

DIA 22.08 – DOMINGOOFICINAS (Local – Ideal Clube)
10:00 as 12:00hs – Lundu com os quilombolas de Barreirinha
15:00 as 16:30hs – Hip-Hop com Grupo de Rap Rimologia Manauara

APRESENTAÇÕES, PERFORMANCES (Local – Largo Mestre Chico)
16:30 – Performances circenses e teatrais (Associação de Circo do Amazonas, Grupo de Teatro de Rua e Fantoches com grupo Tambarola e Malabares de rua)
17:00 hs – Dupla de repentistas
17:30 hs – Capoeira de Angola - Assoc. Amazonense de Capoeira Tradicional
18:00 hs – Grupo de Gambá de Borba/AM
18:30 hs – Grupo de Samba de Caboclo
18:45hs – Grupo de Rap Cabanos
19:00 hs - Interações estéticas – (gambá/repente/Rap/ tambor de crioula)
19:30 hs – Grupo de Samba de Roda Vozes do Cativeiro
20:00 hs – Grupo de Maracatu Eco da Sapopema
20:30 hs – Cortejo com Grupo de Boi Bumbá Tradicional de Manaus - Marronzinho

DIA 23.08 – SEGUNDA-FEIRAOFICINAS (Local: Ideal Clube)
19:00 as 21:30hs – Oficinas de Capoeira e Samba de Roda (Mestre Augusto, KK Bonates e Grupo Escada Sem Degraus)










quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Homenagens no Festival Amazonas de Dança


José Nogueira e José Rezende serão lembrados no Teatro Amazonas por conta da contribuição para a dança no Amazonas. Rezende, com problemas de saúde, não vai à cerimônia.
José Gomes Nogueira e José Rezende. Dois nomes referenciais para a história da dança no Amazonas serão homenageados nesta quarta-feira pelo 2° Festival Amazonas de Dança. O primeiro é professor de danças folclóricas, ainda em atividade, e o segundo, professor pioneiro do balé clássico no Amazonas e ex-bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Nogueira - como é conhecido - tem 62 anos e iniciou seu contato com cultura popular em 1975 no tradicional Festival Marquesiano, na Escola Estadual Marquês de Santa Cruz, São Raimundo.

“Ele é um baluarte do Festival Marquesiano. Tudo o que fazia era com intenção pedagógica. É um cara que entende muito, pesquisa”, disse o inspetor do Balé Folclórico do Amazonas, Genivaldo Nascimento que teve aulas com ele no início dos anos 1980.

O homenageado é conhecido pelas criticas que faz à produção atual de danças folclóricas. “Para mim as danças se modificaram radicalmente. Esqueceram as raízes. As cirandas estão adulteradas, as danças internacionais. É uma tristeza para todos os que gostam de tradição. Sem a tradição, o folclore morre”, disse Nogueira.

Ao longo de sua trajetória, se envolveu com muitas atividades de difusão das danças populares. Desde 1985 até hoje ele ministra aulas de Danças Folclóricas no Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Cefet/AM). Em 2009 venceu um concurso da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) com uma monografia sobre cirandas do bairro de São Raimundo, projeto que pretende publicar em livro.

Pioneiro do Clássico

José Rezende abriu sua escola de balé em Manaus em 1971. “Ele formou grandes profissionais da dança do Amazonas”, disse a bailarina Ana Mendes, integrante da diretoria da Associação dos Profissionais de Dança do Amazonas (Aprodam), que foi sua aluna nos últimos anos da década de 1980.

As duas vezes que a bailarina carioca Ana Botafogo veio dançar em Manaus foi por iniciativa de José Rezende. No espetáculo de abertura que ela protagonizou domingo na abertura do FAD no Teatro Amazonas ela lamentou a ausência do professor. E ontem, quando ainda estava em Manaus, falou à reportagem sobre o homenageado.

“Fico feliz de ele estar sendo homenageado agora. Ele que dedicou sua vida para colocar a dança em evidência. Graças aos frutos que ele plantou no passado agora estão conseguindo poder fazer este festival que engloba muitas formas de dança”, disse Ana Botafogo.

Ana Mendes lembra do incentivo do professor, quando estava prestes a aprender a dançar de sapatilha de ponta. “Ele dizia: tente, vai conseguir. Não desista. Você é uma excelente profissional”.

Rezende não irá a cerimônia por conta da condição de saúde. À direção da Aprodam, que o visitou antes do festival, ele informou que está com 84 anos, mas estima-se que seja mais. Ele ainda tem duas pontes de Safena e é asmático, por conta dos cigarros que fumou por muitos anos. A recomendação médica é para que não se emocione.

Os dois nomes foram escolhidos em assembléia da Aprodam.

A cerimônia de homenagem hoje abre as atividades no Teatro Amazonas, às 19h. A noite ainda contará com a instalação coreográfica ‘Verde Banguelo/Alteração’, de Francisco Rider e em seguida, ‘Entre Telas Cromáticas’, da Cia. De Dança Quasualidade. Ingressos, R$ 10.


Sávio Stoco . plus@diarioam.com.br

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Abertura do II Festival Amazonas de Dança-Dia 08 de agosto de 2010



Na noite de na abertura do II Festival Amazonas de dança aconteceu à emocionante participação da presidente de honra Ana Botafogo que foi lindamente homenageada pela APRODAM - Associação dos Profissionais de Dança do Amazonas e pela Secretaria de Cultura na pessoa do Senhor Secretario Robério Braga.

Ana Botafogo apresentou o solo Coisas da Vida. Logo após foi apresentado um vídeo em que os profissionais de dança do Amazonas prestaram suas homenagens a essa artista que muito tem levado o nome da dança brasileira para o mundo.Ana Botafogo mostrou porque é considerada o ícone da dança clássica no Brasil com seu talento e graciosidade no palco do Teatro Amazonas.

Logo após sobe ao palco o Balé Folclórico do Amazonas com o recém estreiado espetáculo O Mundo de Yebá Belo onde fala da criação do mundo através da mitologia da etnia Dessana.O espetáculo é recheado de personagens que compõem o universo mítico da tribo Dessana com uma linguagem contemporânea, mas sem fugir da proposta do Balé Folclórico que é mostrar a cultura da Amazônia.Com um elenco afinado o espetáculo tem uma plasticidade que nos transporta para o universo mágico e ilusório das lendas indígenas .

A terceira e última apresentação na noite de abertura do FAD ficou com o Corpo de Dança do Amazonas com o espetáculo Cabanagem do coreógrafo convidado Mario Nascimento. Cabanagem é um trabalho de dança contemporânea que se utiliza dos elementos da dança de rua e contato improvisação. O roteiro foi montado através de um estudo feito pelo livro “Uma breve história da Amazônia”, de Márcio Souza. A proposta da peça não era contar uma história narrativa, mas sim, saber o que a revolta dos negros, índios e mestiços contra a elite política refletiu nos dias de hoje. A trilha sonora ficou a cargo do DJ Tubarão que mostra que é possível misturar a música eletrônica com a musica do Raízes Caboclas resultando numa linguagem da cultura hip hop que contagia a platéia.

Cléia Alves
Assessoria de Comunicação
Aprodam.