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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Homenagens no Festival Amazonas de Dança


José Nogueira e José Rezende serão lembrados no Teatro Amazonas por conta da contribuição para a dança no Amazonas. Rezende, com problemas de saúde, não vai à cerimônia.
José Gomes Nogueira e José Rezende. Dois nomes referenciais para a história da dança no Amazonas serão homenageados nesta quarta-feira pelo 2° Festival Amazonas de Dança. O primeiro é professor de danças folclóricas, ainda em atividade, e o segundo, professor pioneiro do balé clássico no Amazonas e ex-bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Nogueira - como é conhecido - tem 62 anos e iniciou seu contato com cultura popular em 1975 no tradicional Festival Marquesiano, na Escola Estadual Marquês de Santa Cruz, São Raimundo.

“Ele é um baluarte do Festival Marquesiano. Tudo o que fazia era com intenção pedagógica. É um cara que entende muito, pesquisa”, disse o inspetor do Balé Folclórico do Amazonas, Genivaldo Nascimento que teve aulas com ele no início dos anos 1980.

O homenageado é conhecido pelas criticas que faz à produção atual de danças folclóricas. “Para mim as danças se modificaram radicalmente. Esqueceram as raízes. As cirandas estão adulteradas, as danças internacionais. É uma tristeza para todos os que gostam de tradição. Sem a tradição, o folclore morre”, disse Nogueira.

Ao longo de sua trajetória, se envolveu com muitas atividades de difusão das danças populares. Desde 1985 até hoje ele ministra aulas de Danças Folclóricas no Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Cefet/AM). Em 2009 venceu um concurso da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) com uma monografia sobre cirandas do bairro de São Raimundo, projeto que pretende publicar em livro.

Pioneiro do Clássico

José Rezende abriu sua escola de balé em Manaus em 1971. “Ele formou grandes profissionais da dança do Amazonas”, disse a bailarina Ana Mendes, integrante da diretoria da Associação dos Profissionais de Dança do Amazonas (Aprodam), que foi sua aluna nos últimos anos da década de 1980.

As duas vezes que a bailarina carioca Ana Botafogo veio dançar em Manaus foi por iniciativa de José Rezende. No espetáculo de abertura que ela protagonizou domingo na abertura do FAD no Teatro Amazonas ela lamentou a ausência do professor. E ontem, quando ainda estava em Manaus, falou à reportagem sobre o homenageado.

“Fico feliz de ele estar sendo homenageado agora. Ele que dedicou sua vida para colocar a dança em evidência. Graças aos frutos que ele plantou no passado agora estão conseguindo poder fazer este festival que engloba muitas formas de dança”, disse Ana Botafogo.

Ana Mendes lembra do incentivo do professor, quando estava prestes a aprender a dançar de sapatilha de ponta. “Ele dizia: tente, vai conseguir. Não desista. Você é uma excelente profissional”.

Rezende não irá a cerimônia por conta da condição de saúde. À direção da Aprodam, que o visitou antes do festival, ele informou que está com 84 anos, mas estima-se que seja mais. Ele ainda tem duas pontes de Safena e é asmático, por conta dos cigarros que fumou por muitos anos. A recomendação médica é para que não se emocione.

Os dois nomes foram escolhidos em assembléia da Aprodam.

A cerimônia de homenagem hoje abre as atividades no Teatro Amazonas, às 19h. A noite ainda contará com a instalação coreográfica ‘Verde Banguelo/Alteração’, de Francisco Rider e em seguida, ‘Entre Telas Cromáticas’, da Cia. De Dança Quasualidade. Ingressos, R$ 10.


Sávio Stoco . plus@diarioam.com.br

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