Pesquisa dos Estudos Afro-Brasileiros para a Aula de Dança Afro.
Professora: Tatiana Campêlo
Escola Didá.
Aluna Participante: Ana Cléia Neri Alves
Salvador 11 de Novembro de 2010.
A Importância das fontes de Pesquisa.
Sobre a pesquisa dos Orixás.
A pesquisa sobre os orixás Xangô, Iansã, Oxum e Obá foi escolhida por mim, pois lembrei que há um tempo tinha produzido um trabalho de dança afro-brasileira para o Festival da Canção de Itacoatiara, município do Amazonas, no ano de 1993.
Este foi um trabalho coreográfico idealizado por mim e pelo Mestre KK Bonates, mestre do grupo de capoeira Cativeiro do Amazonas.
Há um tempo tínhamos a idéia de produzir em parceria um trabalho que falasse da mitologia africana, então surgiu o convite para participar da programação deste evento.
A pesquisa durou uns dois meses antes de realmente começarmos a coreografar as cenas. Primeiro buscamos registros bibliográficos que falasse dos Orixás, depois de algumas pesquisas sobre as lendas, escolhemos a lenda de Xangô e suas esposas e nome ficou “Xangô e suas Iabás”, baseado na literatura africana, buscamos falar um pouco da relação amorosa destas entidades.
Durante o processo de montagem buscamos investigar também em vídeos, revistas e até novelas que na época passavam na TV, também buscamos relatos de freqüentadores de candomblé bem como os filhos de santo, mas não era fácil conseguir as informações, pois os entrevistados eram receosos em falar a respeito. Nossa intenção era saber como era a dança destes orixás para que a nossa movimentação não fugisse do que eles representavam.
Procuramos também percussionistas para enriquecer o trabalho com som ao vivo. Queríamos músicos que entendessem do trabalho e para nossa sorte conhecemos um ogã que foi muito proveitoso, porque este rapaz forneceu detalhes para completar a nossa movimentação.
Definido o elenco partimos para dividir as cenas, mas para nossa surpresa o bailarino que estava não pode mais participar devido aos seus outros compromissos de trabalho, ficamos com o elenco desfalcado e logo procuramos um substituto. O tempo tava passando e o não conseguíamos um rapaz então conversamos e resolvemos que eu faria o papel de Xangô, não era o que nós tínhamos planejado, mas o trabalho seguiu em frente. Nesta época em Manaus a dança afro não era muito procurada e o preconceito era mais forte em relação a essas danças.
Falei tudo isso porque me lembro das dificuldades de pesquisar material bibliográfico, vídeos, músicas e um pouco da resistência e do preconceito em relação às danças de matrizes negras durante todo o processo de trabalho.
Este trabalho foi muito rico apesar da falta de material e hoje pesquisando novamente sobre este tema vejo o quanto está mais acessível às fontes. Hoje temos a facilidade da internet e as variadas fontes como livros digitais, vídeos em youtube, artigos, revistas eletrônicas, dissertações e teses. Também podemos encontrar nas bibliotecas material impressos como livros, revista e periódicos com o tema a respeito das danças afro e a cultura brasileira como um todo.
Há uma variada fonte para os estudos das danças de matrizes negras para aquele que se interessa em aprofundar conhecimentos. No entanto ainda é preciso que mais professores, pesquisadores, profissionais e alunos produzam mais materiais seja eles impressos ou eletrônicos porque a pesquisa e a sua produção nunca parará,ela é uma roda que não para de girar porque pesquisamos para poder escrever e expor nossas idéias que posteriormente irá servir para mais outros e assim a cultura é passada e o ciclo e a roda segue sempre.
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