cultura arte e pesquisa

cultura arte e pesquisa

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PROJETO MATUMBÉ NA FESTA ANUAL DO GRUPO MATUMBÉ CAPOEIRA 2013


No dia 21 de dezembro o Núcleo Ballet da Barra juntamente com a Cia Ballet da Barra estará realizando uma apresentação de danças de matrizes negras encerrando o Projeto Matumbé-Oficinas de Danças Afro-brasileiras na programação da Festa Anual do grupo Matumbé de Capoeira-Amazonas, com início às 14 horas na quadra de esportes da Vila Olímpica do Dom Pedro I, Avenida Pedro Teixeira, nº 400.

O Projeto Matumbé foi contemplado pelo Edital Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais, promovido pela Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura em 2012 e vem desenvolvendo aulas de dança com capoeira desde janeiro de 2013.

Kamila Cavalcante foi a agente jovem contemplada com a ideia de dar continuidade as atividades do projeto que já existe no Núcleo Ballet da Barra. Incentivada pelas professoras Cléia Alves (coordenadora artística) e Marta Marti (coordenadora pedagógica) Kamila viu uma oportunidade de continuar as atividades de danças populares, pois esta é uma das modalidades que o projeto desenvolve com crianças e adolescentes desde 2008 no Ginásio São José, I mais conhecido como Zezão.

De acordo com a coordenadora artística, Cléia Alves, o projeto tem como um dos objetivos principais promover a sensibilização de crianças, jovens e adultos para a importância da cultura do negro no Amazonas e no Brasil."Queremos com este projeto possibilitar a formação de agentes multiplicadores que posteriormente possam difundir e fomentar a dança com matrizes negras no Amazonas", afirma Cléia.

O projeto fará seu encerramento na programação da Festa Anual do Grupo Matumbé de Capoeira que estará realizando troca de graduações. Na programação da festa acontecerá também: Samba de Roda e apresentação do grupo Tambor de Crioula Punga Baré-Mestre Castro. O grupo Matumbé de Capoeira (Ex-Cativeiro) existe há 34 anos, possui filiais na Espanha, Islandia, Jamaica, Itália e Estados Unidos. O grupo Matumbé é um dos grandes apoiadores do projeto tendo a frente o Mestre KK Bonates, um grande agitador cultural e militante do movimento negro no Amazonas. Outros apoiadores são: o Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia-FACCI e Prefeitura de Manaus. A apresentação tem entrada gratuita e todos podem prestigiar a festa.






domingo, 28 de abril de 2013

A Dança contra o Manto da Invisibilidade

Saiu na Revista da Dança em 23.11.2012
http://www.revistadedanca.com.br/reportagem.php?id=49

A dança contra o 'manto de invisibilidade'
Por Alexandre Staut
O bairro São José é um dos mais populosos e também um dos mais violentos de Manaus. Ao entrar num táxi, no centro da cidade, e citar o meu destino ao motorista, ele devolve: "Levo somente se for para deixá-lo numa das ruas principais do lugar, as mais movimentadas. Dependendo do lugar, prefiro não arriscar". Meu destino era o ginásio de esportes São José I, popularmente conhecido com Zezão. Alguns bailarinos entrevistados na cidade disseram que ali havia um núcleo de dança importante.
Em Manaus, a Cia Ballet da Barra usa a dança como forma transformação social
Em Manaus, a Cia Ballet da Barra usa a dança como forma transformação social

A 40 minutos do centro de Manaus, o bairro, aparentemente, lembrava qualquer periferia de uma grande cidade brasileira, com casas mal acabadas, barracos nas encostas, lugar pouco arborizado, música em portinholas de cômodos transformados em bares, ruas repletas de gente.Ao chegar ao ginásio, do lado de fora, já era possível ouvir um duelo de violinos, que atravessava a porta entreaberta da construção, invadindo a rua. Foi fácil encontrar a sala de ensaios do Núcleo Ballet da Barra, ONG criada pelas professoras, coreógrafas e bailarinas Cléia Alves, Marta Marti, Muriel Gonçalves, Celice Freitas e Magda Carvalho.O trabalho é feito no lugar há mais de dez anos e contempla aproximadamente 40 crianças e jovens, entre oito e 16 anos. "Nossas atividades são diárias, com duração de uma hora, com aulas de iniciação à dança clássica, dança moderna, contemporânea, composição coreográfica e danças populares", diz Marta.


Fotos: divulgação
Cléia Alves está à frente do projeto à mais de dez anos
Cléia Alves, Marta Marti, Muriel Gonçalves, Celice Freitas e Magda Carvalho estão à frente do projeto à mais de dez anos
Profissional que trabalha desde 1988 com dança, em parceria com diversos segmentos do Movimento Negro do Amazonas, grupos de arte popular, de capoeira e com grupos de pesquisas em danças afro-ameríndias, Cléia já ministrou oficinas e cursos em mais de doze cidades da Bélgica, Grécia, Itália e Inglaterra. Ela conta que a ONG, criada por sua companhia de dança, oferece atividades durante alguns anos às crianças locais. "Primeiramente há uma iniciação ao balé clássico e à dança moderna. Dois anos depois, fazemos uma seleção das crianças que mais se adaptam à dança e as convidamos a integrar o Projeto Escola de Artistas. Mais tarde, são convidadas a ingressar na Cia Ballet da Barra e nos grupos parceiros: Arte pela Arte e Arte e Movimento", diz.
Marta fala que muitos talentos acabam sendo convidados a ingressar o Corpo de Dança do Amazonas, a companhia de maior destaque do Estado. Há ainda aqueles que vão para companhias menores e outros que são convidadas a integrar grupos na Europa e nos Estados Unidos. "O trabalho sobrevive com o dinheiro de editais públicos. Nossa meta é não deixar de fazer por falta de dinheiro", revela. Ela ainda fala que outra preocupação é preservar os valores culturais, sociais e da economia solidária, oriundos da matriz afro-brasileira. "Nossa motivação para a pesquisa é voltada para a retirada do 'manto da invisibilidade', que nega a importância do legado afrodescendente para a construção da cultura Amazônica e brasileira", afirma.
Enquanto as duas coordenadoras do projeto discorrem, mais de 40 alunos ensaiam uma coreografia numa grande sala. Cléia aponta uma das meninas do ensaio. Pede para ela se aproximar e diz: "Muitos alunos acabam se tornando professores no seio do próprio projeto". Caso de Carla Bianca da Silva, de 18 anos, que se formou em dança há dois anos e passou a dar aulas de clássico para meninos mais jovens. "Nosso método é do Royal Ballet, de Londres. Nunca pensei que, de aluna, fosse me tornar uma professora. Isso mudou a minha vida e também a vida dos meus pais", diz Carla. "Hoje, tenho muitas amigas que me veem como exemplo e que acabam vindo fazer aulas também."
O projeto foi pensado há pouco mais de uma década e nasceu logo que a Cia Ballet da Barra foi criada, em 1995. "A proposta é educar por meio da dança. Nesses anos de existência, o grupo contribuiu para a formação artística e educacional de vários bailarinos, oferecendo um leque de opções para o seu desenvolvimento. Queremos fazer com que eles atuem como multiplicadores de atividades culturais, suprindo o mercado profissional da dança, que se encontra em plena expansão em Manaus", diz Marta. A mesma frase, sobre o interesse que a dança tem representado nos últimos quinze anos, no lugar, foi dita por todos os profissionais ligados de alguma forma à dança no Amazonas.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

TRANS-AMAZÔNIA: TIAGO GAMBOGI PERCORRE SETE ESTADOS BRASILEIROS


A ideia surgiu após breve estada do performer pela região, em 2011 (Alexandre Fonseca)

“Estou percorrendo os 4.223 km da rodovia Transamazônica, com alguns desvios. Em cada cidade, realizo atividades: entrevisto pessoas, faço performances em lugares públicos e dou aulas; fiz isso em uma cidade de cada estado”. Foi desta forma que o ator e bailarino mineiro Tiago Gambogi definiu o seu projeto “Trans-Amazônia”, iniciado no último dia 30 de agosto – exatamente 40 anos depois da inauguração da terceira maior estrada do Brasil – e que, na semana passada, deu largada à sua passagem pela “terrinha”. A iniciativa é realizada com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

 
A ideia, que surgiu após um período do bailarino no Amazonas, em 2011, quando foi convidado pelo diretor inglês Richard Bleasdale para participar da gravação de um curta-metragem, resultará em um solo de teatro físico que tem como tema principal a relação do homem contemporâneo com os recursos naturais da Amazônia brasileira, com previsão de estreia para junho deste ano, na capital mineira. “Estou criando um espetáculo de dança e teatro que reflete essa viagem toda. Em Manaus, a proposta é de intercâmbio e parceria com dois bailarinos que encontrei aqui há um ano e meio atrás”, revelou o performer, referindo-se à intérprete, professora e pesquisadora Francis Baiardi, diretora da Contêm Dança e Cia., e ao dançarino Adam Souza, integrante do Corpo de Dança do Amazonas (CDA).

Na capital amazonense, o trio, junto à atriz, bailarina e diretora de dança e teatro inglesa Margaret Swallow – com quem Gambogi é casado há 16 anos –, ficará responsável por promover diversas performances em locais de destaques da cidade.

“Como ele é ator e bailarino, ele está fazendo uns experimentos com a gente na sala e dando todo um trabalho de aquecimento corporal e vocal. A partir daí, ele vai colher material para trabalhar nessa projeção”, comentou a diretora da Contêm Dança e Cia., grupo que, em fevereiro deste ano, realizará o seu primeiro intercâmbio internacional. “O forte do projeto é a sensibilidade do Tiago como artista, de como ele percebe o nortista, e a preocupação dele com as relações humanas, a partir dos lugares pelos quais foi passando. É muito humano o trabalho dele”, finalizou.

 
Belo Monte

 
Uma das experiências mais interessantes do projeto, e talvez a de maior repercussão nacional – e internacional –, foi a que Gambogi teve no município paraense de Altamira, onde se planeja construir a usina de Belo Monte. Na ocasião, o performer se utilizou do teatro, em frente à sede da companhia Norte Energia, para mostrar a morte do rio e o sofrimento dos pescadores da redondeza com a construção da usina.

A performance-protesto ocorreu quando acontecia na empresa um encontro entre representantes da construtora e pescadores locais. “A Margaret deu a ideia de colocar uma canoa no asfalto, para simbolizar a secagem do Rio Xingu depois da barragem”, comentou.

Todo o percurso da viagem do performer está sendo registrado, através de fotos, textos e vídeos, no blog transamazonia.wordpress.com. Além da dupla amazonense e Swallow, o “Trans-Amazônia” também contou com a colaboração dos artistas Mônica Ribeiro, Dudude Herrmann, Luiz Carlos Garrocho, Kiko Klaus e Richard Bleasdale, entre outros.

Entrevista para Gabriel Machado 
 
Manaus, AM, 14 de Janeiro de 2013
 
 
Para maiores informações acesse: http://transamazonia.wordpress.com/
 
 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PESQUISA ARTISTICA E CULTURAL DANÇAS CONTEMPORÂNEAS COM MATRIZES AFRO-BRASILEIRAS EM MANAUS (1988- 2008)

Pesquisa que está sendo realizada pela professora de dança Cléia Alves  ganhadora do Prêmio Programa de Apoio às Artes-Proarte 2011 promovido pela Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas.

 

Sobre o Projeto

 

O Projeto Danças Contemporâneas com Matrizes Afro-brasileiras em Manaus (1988 a 2008) propõem uma pesquisa documental a respeito de grupos,cias e artistas solo, residentes em Manaus neste período que tiveram como base para a criação e realização de espetáculos de danças contemporâneas, a dança afro-brasileira.Com o objetivo de investigar  e difundir , apresentando danças com elementos estéticos e míticos presente na tradição africano-brasileira de forma a contribuir para a retirada do véu da invisibilidade que nega a contribuição da cultura do negro no Amazonas.

 

Sobre a Pesquisadora

Cléia Alves é professora de dança, coreógrafa, bailarina,produtora cultral e pesquisadora da cultura popular brasileira.Militante da cultura de matrizes negras desdes a década de 1988 quando participou do espetáculo Missa Luba com o professor Wilson Real e Conceição Souza desde então Cléia Alves vem atuando com  grupos de Capoeira e o Movimento Negro no Amazonas.Já realizou três espetáculos  de dança com temática afro-brasileira, o primeiro intitulado "Xangô e suas Iabás" em 1993 para o Festival da Cançao de Itacoatiara, o segundo "Águas de Oxalá" em 1994 também para o Fecani e "Berimba Berimbau" em 2004 com a Cia Ballet da Barra.

 

Abaixo alguns arquivos de jornais sobre a pesquisa.

 

Manaus_cabocla_pesquisa

Pesquisa_cleia_alves

Pesquisa_matrizes_afro