Ao abrir as cortinas do Teatro
Amazonas, um palco enorme e vazio com uma luz branca, mas logo entram dois
personagens de preto onde um se apresenta falando em inglês o que causa risadas
no público. Isto aconteceu no dia 25 de
março no encerramento do Festival Breves Cenas 4ª edição patrocinado pela Caixa Econômica Federal e Governo do Estado do Amazonas por
meio da Secretaria de Estado de Cultura-SEC
Estamos falando da King Company de teatro de São José do Rio Preto -SP que
trouxe “Kabukiza” como tônica o teatro kabuki.
A esquete encenada por Pedro Gabriel
Torres e a convite do festival a belíssima participação do mestre de capoeira
do Grupo Matumbé, KK Bonates tocando berimbau,
encenaram Kabukiza que segundo Pedro Gabriel é o resultado de
pelo menos dois anos de um processo de pesquisa
em vídeos e leitura de livros com esta temática, onde todo o material
encontrado estava em inglês.
Em conversar pelos bastidores e
em passeios pela cidade de Manaus após o festival , tive a oportunidade de
saber mais um pouco sobre o processo de criação de Pedro onde fala sobre a sua proposta e objetivo da
esquete que é a comunicação do seu
Kabukiza.
Falar de um tema tão distante de
sua realidade, pois nunca viajou para o Japão sempre lhe causou interesse e
curiosidade. A vontade de falar desta
cultura de forma cosmopolita e
antropofágica foi mais forte e o ator
foi para a cena. A intenção do trabalho não era ser uma esquete com humor, no
entanto as risadas são inevitáveis. Pedro conta que ao estrear o trabalho em
São Paulo estava tão tenso e preocupado e ao entrar e falar “good evening” o público começou a
rir e assim pensou: “eles estão entendendo o que eu digo”.
A
sonoridade do berimbau de Mestre KK Bonates nos transporta para um universo em que os
continentes se unem e mesmo em inglês o
objetivo do trabalho que é a comunição, acontece.
O Festival Breves Cenas é um festival com um formato com cenas curtas
de no mínimo 4 minutos e no máximo 15 minutos e esta caminhando com erros e
acertos com o objetivo de promover e favorecer
a multiplicidade de diálogos com
oficinas,seminários e debates.
Como público percebo que os debates devam fortalecer o fazer artístico com liberdade de escolha naquilo que se quer comunicar. Quanto à premiação acredito que este caráter competitivo não contribui para o fortalecimento da arte de interpretar.Dessa forma quem ganha é o público e os artistas e o diálogo acontece de forma múltipla.
Como público percebo que os debates devam fortalecer o fazer artístico com liberdade de escolha naquilo que se quer comunicar. Quanto à premiação acredito que este caráter competitivo não contribui para o fortalecimento da arte de interpretar.Dessa forma quem ganha é o público e os artistas e o diálogo acontece de forma múltipla.
Cléia Alves
Professora de dança, coreógrafa,bailarina e produtora cultura
ENSAIOS DE KABUKIZA |
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GRUPOS NO ENCERRAMENTO NO DIA 25 DE MARÇO. |