cultura arte e pesquisa

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

LIVRO DANÇANDO CONFORME A MÚSICA DE ADALTO XAVIER.

Para saber mais um pouco do livro "Dançando Conforme a Música" do jornalista e dançarino Adalto Xavier.


Adalto Xavier é um artista que não engoliu a pílula dourada da globalização, que anunciou o fim de tudo e elidiu, inclusive, suas próprias origens globalizadoras.Não que tenha recusado e contribuição universalizante que aportou nas terras encharcadas da Amazônia, das caravelas à Internet.Como jornalista, ainda, não se permite admitir que o que quer seja surja do nada.Adalto acredita na História e na Utopia.

Não é a toa que se aventurou a reconstituir os primeiros passos da dança em Manaus, tanto quanto lhe foi possível descobrir-lhes as pegadas.A dança como movimento artístico produto nacional e objetivando, mesmo hoje, na capital amazonense, é uma atividade efêmera e fugaz.Somente a película e o vídeo podem lhe emprestar alguma longevidade, ao registrar sua presença, antes que se fechem as cortinas ou se esvazie a platéia da rua.

Pense, então, que Adalto Xavier fez a restauração do seu objeto e do seu objetivo, a partir de alguns sobreviventes à indiferença com que esta cidade costuma impotencializar talento e inteligência; e, ainda, de alguns outros registros jornalísticos de uma imprensa que também teima em sobreviver, no varejo e no atacado: nunca nos permitimos esquecer que Manaus é um posto de trocas e só o imediato sem mediações ou mediadores lhe interessa. Isso também é História, cujo passado é o seu futuro e dança conforme a música.

A contribuição,quanto se saiba,pioneira,de Adalto Xavier é valiosa e oportuna pelo esclarecimento das novas gerações de dançarinos/bailarinos, como quer que se chamem esses corpos que pisam leve o chão descarnado pelo planeta.Ainda mais que uma recém-Universidade Estadual do Amazonas, esclarecidamente, incorpora a dança como disciplina de um dos seus cursos.

O artista e o jornalista, aqui, se dá ao luxo de reciclar o lixo da História, onde jaz, em desperdício, a econômia da Utopia. Deve-se pisar leve nesse chão e tomar cuidado com a música.

Texto de Aldísio Filgueiras (orelha do livro)
Jornalista, escritor, poeta, compositor.


CAPA DO LIVRO

IMAGENS DOS ARTISTAS CITADOS NO LIVRO
 

LIVRO SOBRE DANÇA MANAUARA COMPLETA UMA DÉCADA EM 2012

            SAIU NO JORNAL AMAZONAS EM TEMPO, DOMINGO,DIA 28 DE OUTUBRO DE 2012


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SOBRE O PROGRAMA RUMOS ITAÚ CULTURAL DANÇA



Pergunto como um projeto que vem se desenvolvendo a quase dezoito anos de atividades na cidade de Manaus a duras penas tentando apoio aqui e ali de entidades públicas e privadas, que se inscreve a dois anos consecutivos no “PROGRAMA RUMOS ITAÚ CULTURAL DANÇA na Carteira Dança para Formadores" não esta apto nem é merecedor de ganhar um apoio para que possa dar continuidade nas suas atividades com crianças e jovens?

 

Projeto este que vem formando profissionais e oportunizando jovens para uma formação em dança e em outros seguimentos artísticos a ingressar no mercado de trabalho em Manaus e em outros estados do Brasil.

 

Pergunto quais os critérios de avaliação, pois no próprio edital fala que: Destina-se a profissionais que desenvolvem experiências para incentivar e formar novos artistas, seja de maneira individual, seja compartilhada, em diferentes contextos, por meio de coletivos, mostras e/ou festivais, fóruns de discussão e/ou encontros para fertilizar conjunturas locais.

E fala ainda que:

Podem inscrever-se nesta carteira aqueles cujos projetos já atuem, de forma continuada, em contextos locais há quatro anos.

 

O Projeto Cia Ballet da Barra já comprovou e vem comprovando em ações concretas que é um trabalho sério quando forma profissionais que já ingressaram no Corpo de Dança do Amazonas-CDA e Balé Folclórico, GEDAM e Projeto Jovem Cidadão, oportunizando profissionalmente  Muriell Gonçalves, Magda Carvalho, Sirlane Barbosa,Marilucy Gomes,Paulo Hidalgo, Aline Hamburgo,Larissa Cavalcante,David Oliveira,Celice Freitas,Andrew de Oliveira entre outros.

 

Questiono este Programa, pois para nós da Cia Ballet da Barra não contempla quando falam: tem por objetivo apoiar e fomentar, de maneira ampla, a formação nessa expressão artística no Brasil. O objetivo é estimular artistas consolidados que se dedicam a formar outros profissionais, jovens criadores que desejam aprender com seus pares, coreógrafos que compartilham conhecimentos por meio de suas criações e, além disso, uma carteira foi criada para incentivar aqueles que concebem dança para crianças.

 

Infelizmente as políticas públicas neste país são uma vergonha e estes “programas e ações” não atendem o que de fato deveriam atender, não asseguram o direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico.

 

As políticas públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens materiais ou imateriais.

 

Cléia Alves

Diretora da Cia Ballet da Barra

Coreógrafa, professora, bailarina e produtora cultural